Um dos sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, apresentou sua versão sobre o incêndio que matou 237 pessoas no último domingo, em Santa Maria (RS). Internado sob custódia policial, ele falou sobre as falhas nos mecanismos de prevenção de incêndio que contribuíram para a tragédia. A entrevista foi exibida neste domingo pelo programa Fantástico, da Rede Globo.
As perguntas enviadas pelo programa foram gravadas em um celular pelo advogado do empresário. Segundo Kiko, no dia do acidente, a casa havia recebido entre 600 e 700 pessoas.
As perguntas enviadas pelo programa foram gravadas em um celular pelo advogado do empresário. Segundo Kiko, no dia do acidente, a casa havia recebido entre 600 e 700 pessoas.
Familiares e amigos das vítimas prestam homenagem aos mortos no incidente em frente ao estabelecimento
A informação não coincide com o número divulgado pelo Corpo de Bombeiros, que estima que o estabelecimento havia recebido cerca de mil pessoas no dia da tragédia. Segundo o advogado do empresário, a casa nunca havia sido informada sobre uma limitação de público no local.
Ainda conforme o empresário, ao perceber que o estabelecimento estava pegando fogo, ele mesmo abriu as portas para facilitar a remoção dos clientes. No entanto, ele informa que as próprias vítimas teriam atrapalhado o resgate dentro da casa.
Sobre a queima de fogos dentro da boate, Kiko disse em entrevista que nunca foi informado pela banda sobre o uso dos artefatos dentro da casa. Ele revelou ainda que, nos dois anos que a Gurizada Fandangueira se apresenta na boate, nunca houve registros do uso dos fogos.
Questionado sobre a espuma, que ao queimar, liberou uma substância altamente tóxica, o empresário informou que só instalou o material no interior da boate após a avaliação de um engenheiro. A decisão por colocar a espuma ao redor do palco foi adotada após inúmeras reclamações de vizinhos sobre o barulho na casa. Inicialmente, ele teria implantado gesso nas paredes, mas como o problema não foi solucionado, ele decidiu instalar a espuma com madeira por cima.
Procurado pelo Fantástico, o engenheiro Miguel Ângelo Pedroso desmentiu ter aconselhado o empresário a instalar espumas de borracha na casa.
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