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sexta-feira, 15 de março de 2013

É mais fácil fazer games hoje em dia, diz criador de Nidhogg


 
• sexta, 15 de março de 2013
Divulgação
Messhof: Hoje é possível criar jogos sem ser soterrado pelos detalhes
São Paulo - Daqui a dez dias, será possível jogar games semelhantes a Tetris e Space Invaders na fachada do prédio da FIESP, na Avenida Paulista. A iniciativa, que parece saída de um sonho, será oferecida pela mostra PLAY!, da Galeria de Arte Digital do SESI-SP, que ocorre entre 25 de março e 7 de abril.
As pessoas poderão jogar três obras digitais interativas e assistir a outras três puramente visuais que estarão aparecendo nas mais de 100 mil lâmpadas de LED dispostas na estrutura metálica que reveste o edifício.
INFO conversou com um dos artistas que participam da exposição, o designer de games Mark Essen. O norte-americano, mais conhecido como Messhof, exibirá Supercut, uma mistura de três de seus jogos: Flywrench, Jetpack Basketball e o aguardado Nidhogg, que apareceu no recente documentário Indie Game: The Movie.
INFO: Existe um movimento de games artísticos na cena atual de arte e tecnologia?
Messhof: Eu acredito que há uma cena de games artísticos há um bom tempo, mas recentemente alguns tipos de jogos ficaram muito mais fáceis de se fazer. Parte disso se deve à facilidade técnica. Temos todas as ferramentas agora. Qualquer um pode pegar um Game Maker ou Unity e criar uma experiência interativa sem ficar soterrado pelos detalhes. O maior problema para as pessoas aprenderem a programar games ainda é entender o quanto você precisa indicar ao computador em termos de lógica do jogo. Aspectos relacionados à capacidade de hardware de uma máquina, por exemplo, são muito ofuscados pelas ferramentas que uso. Não utilizo algo nem próximo à linguagem de montagem que os programadores de arcades usavam.
Comparo essa mudança à migração da montagem em película dos filmes para os programas de edição digital como o Avid. Fazer cinema se tornou algo mais alheio aos aparatos físicos e, consequentemente, a produção ficou mais fácil.
É possível fazer essa comparação também no âmbito da distribuição - esses jogos vêm geralmente em tamanho muito leve, mais do que um filme que você veja no YouTube. Mesmo antes do YouTube, já existiam diversos sites abrigando games feitos em Flash. E agora temos Steam, PSN e XBLA para entregar todos esses jogos de orçamento baixo para nós.
Também existem galerias, festivais e outras organizações promovendo todo tipo de game art, muitos deles permitindo que as pessoas joguem no local. Então, está mais fácil criar jogos hoje em dia. Mais pessoas estão sendo expostas a isso e inspiradas por esse conteúdo - e estão até começando a frequentar cursos para aprender a fazer games.
Em quais projetos você está envolvido nesse momento?
Eu vivo na costa oeste de Los Angeles, em Marina Del Rey, com minha namorada e parceira de trabalho, Kristy - é com ela que desenvolvo projetos em nossa empresa Messhof Games. Também estou ensinando design de games na divisão de mídia interativa da School of Cinematic Arts, na Universidade do Sul da Califórnia.
Tento permanecer envolvido com diferentes coletivos de criação em Los Angeles, como o Game Innovation Lab, o UCLA Game Lab e também um projeto recentemente aprovado no Kickstarter, o LA Game Space. Há uma comunidade crescente de desenvolvedores independentes em Los Angeles e faço parte dela.
Como funcionará sua obra exposta na mostra PLAY?
Supercut será projetada na fachada do prédio da FIESP e incluirá cenas de Nidhogg, Flywrench e Jetpack Basketball.
Nidhogg é um game de esgrima para dois jogadores no qual cada um deve tentar impor o seu lado na tela. Em muitos jogos de ação, a câmera se desloca horizontalmente em uma só direção conforme o jogador avança na fase. Mas, em Nidhogg, a fase é simétrica e os jogadores disputam a atenção da câmera em seus duelos, traçando o caminho da fase por suas vitórias ou derrotas.
Em Flywrench, você voa com em uma nave com formato de ave em meio a uma teia de linhas coloridas. É um jogo hardcore, no qual é fácil perder rápido e constantemente, mas ele não pune os jogadores por seus erros. Eles podem falhar o quanto quiserem sem perder o progresso geral e não há espera entre as derrotas.
Jetpack Basketball pode ser jogado em duas ou quatro pessoas e, basicamente, é um jogo de basquete com jetpacks. A cesta é posicionada em local bem alto e os jetpacks só vão até a metade do caminho. É muito simples em relação aos outros dois, mas ainda tem um apelo para a rivalidade.
Existem iniciativas semelhantes à mostra PLAY nos Estados Unidos atualmente? Com exposições ou instalações de games nas ruas?
Existem muitas. Eu estou mais familiarizado com aquelas em que expus, mas sempre ouço sobre novos coletivos e festivais de arte surgindo com foco sobre os jogos.
A Hand Eye Society, de Toronto, no Canadá, está sempre fazendo eventos legais e eles são especificamente bons em conectar organizações dentro da cidade. Posso dizer o mesmo do Babycastles, em Nova York, que está sempre fazendo workshops e eventos em museus pela cidade.
O UCLA Game Lab faz um festival anual de game art, que mostra principalmente o trabalho de estudantes de jogos digitais nos Estados Unidos. O Indiecade também é um ótimo festival local de games, que sempre exalta jogos criados por pequenos times. Há o Fantastic Arcade, em Austin, no Texas, que exibe um monte de jogos estranhos todos os anos. O Game Center da Universidade de Nova York também tem uma ótima exposição chamada No Quarter, na qual Nidhogg apareceu em 2010.
O L.A. Game Space, a que me referi anteriormente, é um espaço cultural dedicado aos games que foi fundado esse ano, graças a uma colaboração de mais de 300 mil dólares no Kickstarter. Enfim, é um momento empolgante para estar envolvido com essa cena.
Veja a seguir uma breve demonstração de Nidhogg:
Exposição - A curadora da mostra PLAY!, Marília Pasculli, da produtora Verve Cultural, também destaca a ascensão de artistas que misturam tecnologia e arte: "A game art é considerada uma das manifestações artísticas emergentes mais interessantes da atualidade. Não só por dissolver os limites entre as diferentes formas de arte, mas também por obter um potencial interativo, um valor cultural que vai além da tela."
Além de Messhof, outros artistas como Alberto Zanella, Andrei Thomaz, Suzete Venturelli, o duo italiano Les Liens Invisibles e o coletivo espanhol Lummo também terão suas obras expostas no espaço cultural.
Para saber mais, visite o site oficial da exposição.
Serviço
Mostra PLAY!
De 25 de março a 7 de abril
Avenida Paulista, 1313, Bela Vista, São Paulo
Das 20h às 22h: obras interativas (LummoBlocks, Paulista Invaders e Labirintos Invisíveis)
Das 22h às 6h: obras visuais (Supercut, The Game is Over e Pixels Deslocados)
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